Mar e Pedra

O tribunal criminal de Old Bailey, em Londres, decretou hoje que o emigrante português acusado da morte da namorada aguarde novo julgamento em liberdade e agendou a primeira audiência para 20 de Julho, disse a sua irmã.

A residir no Reino Unido desde 2002, Nicolas Bento foi condenado há dois anos e meio a prisão perpétua pela morte da namorada, de origem polaca, estando preso desde então.

O emigrante pediu recurso e, há um mês, o Supremo Tribunal de Justiça britânico considerou inválida a condenação com base nas novas provas apresentadas pela defesa e ordenou um novo julgamento.

"Hoje, o tribunal criminal de Old Bailey decidiu que ele vai sair em liberdade e marcou o novo julgamento para 20 de Julho", disse à Agência Lusa Marinela Bento.

Segundo a irmã de Amilton Bento, o julgamento poderia ser marcado até 2010, mas o tribunal considerou "que havia urgência no caso porque ele já está preso há dois anos e meio".

"Neste momento, a minha mãe está na prisão à espera de o receber", acrescentou a irmã de Amilton Bento.

O emigrante, de 28 anos, terá de ficar em Londres até ao julgamento, mas já fez saber que pretende regressar a Portugal assim que esteja tudo resolvido.

Amilton Bento manteve sempre a sua inocência em relação ao homicídio da namorada, cujo corpo foi encontrado a 24 de Janeiro de 2006 na Marina Priory, junto a Bedford, cidade a 90 quilómetros a norte de Londres, onde residia então o emigrante português.

O sucesso do recurso deveu-se à apresentação de quatro testemunhos de especialistas britânicos e norte-americanos indicando que nas imagens de vídeo que tinham da vítima, Kamila Garsztka, não é possível ver nenhuma mala de mão, como defendeu o Ministério Público na acusação e no primeiro julgamento.

Este elemento era importante porque a mala estava na posse de Amilton Bento que a entregou às autoridades aquando da queixa sobre o desaparecimento da namorada, em Dezembro de 2005.

A acusação alegou na altura que o português teria combinado um encontro com Camila na marina e teria cometido o homicídio, levando depois a mala de volta para casa.