Sarkozy declara guerra aos paraísos fiscais!

"O tempo do segredo bancário acabou". A declaração faz parte do documento final do G20 mas Nicolas Sarkozy fez questão de a reforçar durante a conferência de imprensa. Outra coisa não seria de esperar. Este era um dos temas "não negociáveis" da proposta que a França levou à cimeira de Londres e para o qual exigia uma regulação financeira mais dura.

Nicolas Sarkozy chegou mesmo a ameaçar abandonar a cimeira caso a sua proposta, apoiada pela Chanceler Alemã, Angela Merkel, não fosse aprovada pelos líderes do G20. O Presidente francês não tem por hábito fazer ameaças vãs e a verdade é que saiu de Londres com um acordo de regulação e supervisão financeira muito mais rígido.

Sarkozy fez questão de sublinhar que este resultado "não é uma vitória de um campo ou do outro", mas adiantou que este não teria sido alcançado sem a pressão da França e da Alemanha. "Se não tivéssemos exigido este resultado ele teria sido alcançado? O que é que acham?", perguntou Sarkozy aos jornalistas presentes na conferência de imprensa. Ainda assim, o chefe de Estado francês destacou o apoio de Gordon Brown e Barack Obama nesta questão.

Merkel também manifestou a sua satisfação com o resultado da Cimeira, ao afirmar que o acordo alcançado ontem pelo G20 é um passo "muito, muito positivo" para reforçar a supervisão e a regulação financeira. Este acordo era "exactamente o que nós queríamos", sublinhou a chanceler Alemã.

A proposta aprovada pelos líderes do G20 prevê a criação de um Conselho de Estabilidade Financeira, que vem suceder ao Fórum de Estabilidade Financeira. Este novo "polícia" global terá um mandato reforçado e vai supervisionar os mercados bolsistas, os sectores bancário e segurador, os mercados de derivados e os fundos de investimento.

Para Sarkozy o acordo mostra que o mundo precisa de mudar" e acabar "com a loucura da total desregulação". O Presidente francês não tem dúvidas que o acordo alcançado ontem marca uma viragem e vai fazer a diferença na vida das pessoas. "Chegámos a um acordo com os britânicos e com os norte-americanos sobre regimes de remuneração razoáveis - se isto não é capitalismo com consciência não sei o que pode ser. Não podemos dizer que estas decisões não vão ter impacto na vida das pessoas".

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